Yves St. Geours disse que Brasil deve aproveitar oportunidade no Conselho de Segurança
O novo embaixador da França no Brasil, Yves St. Geours, reforçou o coro de seu país, Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido de que chegou o momento de realizar sanções econômicas contra o Irã. Enquanto que, nesta segunda-feira (15), o jornal israelense Haaretz publicou a informação de que documentos apontam que o Irã busca uma bomba atômica desde 1987.
O Brasil ainda insiste no diálogo com o país do Oriente Médio e hoje, em visita a Israel, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu um Oriente Médio sem armas nucleares, de acordo com informações do Haaretz.
Além de Israel, a tensão entre França e Irã vem crescendo. A PressTV, uma espécie de CNN do Irã, publicou hoje que a França quer sanções "unilaterais" contra os iranianos.
E os franceses são uns dos mais próximos aliados do Brasil no política internacional.
Geours, que desde novembro atual como embaixador do país europeu no Brasil e apresentou suas credenciais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro, visitou na última quinta-feira (11). Ao ser questionado sobre a posição brasileira ante o país do Oriente Médio, ele disse:
- A parceria estratégica entre França e Brasil permite falar de tudo. Sobre estas questões difíceis criamos uma relação fluída, ainda que não concordemos completamente. Mesmo com visões diferentes, isto não significa que tenhamos problemas entre Brasil e França. A segunda coisa é que consideramos, nós, os franceses, que é o momento de sanções. Acreditamos que há um problema com o programa nuclear, que não parece ser um programa civil.
A necessidade de sanções ao Irã foi defendida pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em sua visita ao Brasil na última semana e também pelo número dois do governo alemão o vice-chanceler e ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, em sua passagem pelo Brasil na última semana.
No próximo domingo (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Israel, país que alerta para as ambições nucleares iranianas. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, abertamente considera Israel seu inimigo e já ameaçou “varrer” o país do mapa.
Geours exaltou que brasileiros e franceses conversam todos os dias sobre o Irã. O embaixador francês, assim como a secretária americana e o político alemão, também disse que, no fundo, todos têm os mesmos objetivos:
- Não temos exatamente a mesma posição [em referência ao Brasil], mas consideramos que temos os mesmos objetivos, que o Irã possa desenvolver um programa nuclear civil, temos objetivos de paz na região. Mas consideramos agora que a relação com o Irã é um pouco diferente vista da França porque temos uma experiência penosa, difícil com o Irã nesta área do desenvolvimento nuclear.
Brasil deve mostrar agora habilidades no Conselho de Segurança
Questionado sobre se o apoio ao Irã pode prejudicar o Brasil em sua aspiração a uma cadeira permanente no Coselho de Segurança da ONU, Geours, que representa um país que apoia publicamente a pretensão brasileira, afirmou:
- Não diria que pode prejudicar, mas o Brasil está por dois anos como membro não permanente no Conselho de Segurança e então é muito claro que é um momento para realmente fazer parte deste grupo e aproveitar do momento para ganhar legitimidade para garantir o futuro. Mas que os países tenham visões diferentes da mesma crise é algo que não pode prejudicar, evidentemente.
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