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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Palocci cumprirá quarentena e voltará à consultoria, diz líder petista

Deputado Paulo Teixeira diz que governo deveria ter dado resposta mais rápida para o caso


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O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), acredita que o governo tem lições a tirar do episódio que culminou com a demissão do mais importante ministro do governo, o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. O deputado avalia que o governo deveria ter reagido mais rapidamente à crise, e acredita que o excesso de poder concentrado na Casa Civil está na origem do problema.
Segundo Teixeira, Palocci cumprirá um período de quarentena que deve ser de quatro meses e reassumirá o trabalho de consultor, no comando da própria empresa. Foi o crescimento vertiginoso do faturamento desta empresa, a Projeto, que provocou as suspeitas de enriquecimento ilícito e tráfico de influência, que acabaram por esgotar as condições políticas para sua permanência no cargo.
O líder do PT deu entrevista ao programa Brasília ao Vivo, que será exibido hoje, às 23h, na RecordNews. A seguir, alguns trechos das declarações do deputado Paulo Teixeira.
R7 - Que tipo de lição o governo deve tirar deste episódio que resultou na demissão do ministro Palocci?
Paulo Teixeira - Dizem que há dois tipos de jogos: o jogo do xadrez, que você pensa, pensa, pensa e depois joga, e o jogo de búzios, que você joga e depois pensa. Talvez aí nós tenhamos jogado xadrez, quando deveríamos ter jogado búzios; ter uma resposta mais rápida, mais direta, mais eficiente - esse talvez seja o primeiro aprendizado.
O segundo é que o ministro Palocci, como é uma pessoa muito preparada, muito competente, ele talvez devesse afastar algumas das tarefas ali da Casa Civil. Claro que não era um desejo dele, essas tarefas estavam na Casa Civil. Mas talvez ele tivesse que pedir para a presidenta: “presidenta, eu acho que tais e tais temas não deveriam mais ficar aqui na Casa Civil”. E isso acumulou. Ele ficou tão assoberbado de trabalho que, de uma certa forma, gerou também problemas na condução do governo. Então, eu acho que essa é uma segunda lição que nós devemos aprender desse acontecimento.
R7 - O que o ex-ministro fará agora? Sem cargo e sem mandato, ele será abandonado pelo PT?
Paulo Teixeira - O ministro Palocci inicialmente terá que cumprir uma quarentena, ficar quatro meses sem exercer qualquer cargo em instituições privadas. Terminada a quarentena, ele volta à atividade privada, para a sua empresa, e, do ponto de vista político, tem todo o apoio do Partido dos Trabalhadores.
Ele volta para a sua vida privada, não creio que tenha qualquer problema de natureza jurídica e é uma pessoa que contribuiu muito para o Brasil. As pessoas elogiam muito o ministro Palocci. Um deputado me deu esse exemplo: Palocci ajudou numa transição da economia brasileira e hoje nós estamos vivendo um crescimento com estabilidade econômica, e todo mundo o elogiava porque ele não quebrou contratos. Hoje querem que ele quebre os seus contratos para oferecer o nome das empresas. E eu acho um paradoxo!
R7 - O senhor esperava uma derrota política tão séria [do Executivo] para a oposição logo no início do governo?
Paulo Teixeira - Veja, são duas instituições: a oposição e a base. A oposição é pequena e cada dia mais dividida. Não é ela que tem dado trabalho ao governo.
A base tem sido leal ao governo. Em relação ao ministro Palocci, na Câmara, não houve nenhum problema. Todos estávamos com o ministro. Nós tivemos problemas no Senado, alguns senadores votaram [declararam apoio formal] pela CPI. É um permanente trabalho de diálogo.
R7 - A interferência de Lula neste episódio minou a autoridade da presidente Dilma?
Paulo Teixeira - Eu creio que o presidente Lula tenha uma contribuição muito importante. Ele fundou o PT, foi presidente por oito anos, conseguiu contribuir decisivamente na eleição de sua sucessora. Ele estará no cenário político e é agora o presidente de honra do PT.
Não houve uma interferência. Eu creio que ele e a presidenta Dilma sejam muito afinados, mas não creio que haja qualquer problema entre os dois, o que vai haver sempre é uma exploração quanto a essa relação [entre eles]. Sempre haverá críticas, mas eu acho que o presidente Lula tem uma contribuição infinita para que esse país dê certo, se desenvolva e acho que nós contamos com a contribuição dele sempre.

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