No segundo dia de greve, os operários que trabalham na obra de reforma do Estádio Mineirão para a Copa do Mundo de 2014 aproveitaram a presença da presidente Dilma Rousseff, que visitou as obras esta manhã, para protestar em Belo Horizonte. Pelo menos 100 trabalhadores se concentraram em frente a um dos portões com um carro de som.
Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Osmir Venuto, cerca de 1,1 mil trabalhadores estão parados. Eles reivindicam aumento de salário, melhoria no cartão alimentação, melhorias no plano de saúde e condições de trabalho - itens que teriam sido acordados na última paralisação, há três meses, com o consórcio de construtoras responsável pela obra e que não teriam sido cumpridos.
"As condições para os trabalhadores são péssimas, falta alojamento. Desde a última greve, pouca coisa foi feita", disse.
Dentre as principais reivindicações dos funcionários estão a melhoria das condições salariais e dos refeitórios e banheiros. Roberto César Sousa Figueiredo, ajudante, contou que seu salário é de R$ 600, muito abaixo do que é pago na obra do estádio de São Paulo.
"É um absurdo o que eles estão fazendo com os funcionários aqui. A gente está tentando chegar a um acordo porque os salários aqui são muito ruins. A gente trabalha demais e ganha pouco", disse.
Figueiredo ainda contou que a pressão para que a obra seja concluída é muito grande. "É muita pressão, fora as críticas. Encarregados em cima, sol batendo, eles querendo que os funcionários trabalhem que nem burro", contou. Outro funcionário da obra, Fernando Antônio Neres Pinto, disse que vários colegas já sofreram até ameaças. "Alguns chefes ficam ameaçando funcionário, falando que vai demitir se não fizer o serviço", afirmou o servente.
Além disso, os funcionários também reclamam das condições de trabalho. Segundo Figueiredo, "o refeitório é muito ruim. São muitos funcionários para pouco refeitório. A gente tem uma hora de almoço e fica 30 a 40 minutos na fila".
Os operários farão uma assembleia às 14h desta sexta para discutir a proposta apresentada pela consórcio que administra as obras.
Consórcio se defende
A Secretaria da Copa do Mundo em Minas Gerais (Secopa) informou que representantes do consórcio das construtoras responsáveis pela obra de reforma do Mineirão, a Minas Arena, e os trabalhadores estão reunidos para discutir as reivindicações propostas pelos operários. A Secopa informou que vai informar o posicionamento do governo após a reunião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário