Em visita à obra de transposição do rio São Francisco, no Ceará, a presidente Dilma Rousseff reconheceu, nesta quarta-feira, que o projeto estava parado em alguns lotes e prometeu cobrar o cumprimento de metas e prazos para a entrega das obras.
Em agosto de 2011, o Ministério da Integração Nacional reestimou o custo da obra de R$ 5 bilhões para R$ 6,85 bilhões devido a reajustes contratuais, à necessidade de aditivos, à elevação de preços para licitação de novos lotes e aos custos com compensações ambientais. Na ocasião, as obras estavam completamente paradas em cinco lotes e em pelo menos outros três seguiam em ritmo lento.
"Negociamos, resolvemos os problemas técnicos que havia e, agora, queremos resultados. E isso será cobrado", afirmou ela, após visitar um dos lotes da obra no município de Floresta (PE). "O recado que vou dar para os consórcios é o seguinte: nós não atrasamos pagamentos, escutamos os pleitos. Aqueles que nós consideramos tecnicamente justificados, o ministro aceitou, fez um processo de renegociação e, a partir de agora, vamos cobrar metas, resultados concretos."
Dilma disse que, além da viagem de hoje, deve fazer outras este ano para vistoriar pessoalmente as obras da transposição. "Teremos uma supervisão praticamente mensal. Não queremos obras atrasadas, não queremos saber que não deu certo no fim do ano. Queremos saber antes, porque isso permitirá que a gente faça a nossa parte, resolva o que disser respeito ao governo. E permitirá também que a gente cobre dos consórcios", afirmou a presidente.
Segundo ela, a obra é prioritária por levar água a municípios nordestinos que sofrem com a seca e pelo investimento público que o projeto representa. "Para o Brasil, é importante o investimento público, vamos tirá-lo do papel. Sabemos que, para o Brasil crescer, para melhorar as condições de vida, tem certas obras que são estruturantes, são prioritárias."
Na segunda etapa da visita, em Juazeiro do Norte (CE), a presidente reconheceu a paralisação da obras em alguns trechos, mas disse que o ritmo deverá ser retomado, com o estabelecimento de metas e prazos. "É óbvio que houve uma desmobilização, não estamos aqui negando os fatos. Houve uma desmobilização em alguns momentos porque era necessário recompor as condições contratuais, principalmente porque os contratos foram feitos baseados em elementos que não eram os definitivos". Ainda hoje, Dilma teria uma reunião com empresas que estão tocando parte das obras.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que acompanha Dilma na vistoria, disse que, a partir de março, 13 dos 16 lotes da obra estarão com ordens de serviço emitidas e frentes de trabalho em ação. "Estamos remobilizando as obras. O momento mais crítico das negociações foi superado, e a presença da presidenta reafirma a prioridade do governo, a segurança de que os recursos estão reservados", avaliou.
Segundo Bezerra Coelho, os demais lotes serão licitados novamente até junho. Amanhã, Dilma continua em viagem pelo Nordeste, em visita a trechos das obras da Ferrovia Transnordestina.
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